![2-Costa Marques/RO “A Cidade do Sol”](https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/loja2/1d7afbc7fbb47006905eacd6dbfb3a85.jpg)
Costa Marques ainda continua uma das cidades mais bonita e aconchegante as margens do Rio Guaporé, “de todas que conheci”, cidade chamada de várias formas, umas delas como: “Costa Marques A Princesinha do Guaporé” ou por “Costa Marques A Cidade do Sol”, bem! Ela hoje esta longe de poder ser chamada de “Princesinha”, a cidade parece estar meio que parada no tempo, “talvez isso também aumente o charme de cidadezinha histórica interiorana”, hoje ela esta mais para: “A Cidade do Sol”, este apelido sim, lhe cai muito bem, já que o Sol esta presentes até mesmo enquanto a chuva cai, “fenômeno que me fez lembrar frases que ouvia na infância”.
Poucas ruas pavimentadas e sem muito saneamento e infraestrutura, por se tratar de uma cidade com peso turístico nacional, já que a área do município abrange um dos maiores monumentos da colonização brasileira, (História conhecida por todos, matéria estudada ainda no ensino fundamental, “O Real Forte Príncipe da Beira”, que também é referido pelos saudosistas como “A Fortaleza do Príncipe da Beira”), a cidade deveria esta em melhores condições e mais bem preparada para receber turistas, curiosos e historiadores.
REAL FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA:
O Forte Príncipe da Beira fica localizado a margem direita do rio Guaporé, no município de Costa Marques de forma estratégica e majestosa, é um sitio Histórico, construído na fronteira entre Brasil e Bolívia, à 26 km da cidade, é o mais antigo monumento histórico de Rondônia.
Para chegar até ele, pode ir por estrada de chão, rodovia 429, ou por água ao longo do Rio, que é a melhor opção para aproveitar a viagem, podendo ver paisagens com todas as belezas naturais, já que a fauna e a flora são ricas de detalhes as margens do Guaporé. Caso escolha a estrada, cuidado, logo ao sair da cidade já se depara com um paredão de poeira na época de seca e barro na chuvosa, além de passar bem em frente o lixão da cidade a céu aberto; “Fui informado que nem sempre a estrada foi aquela, com a construção do aeroporto a estrada teve que ser desviada, por isso a única opção agora, é passar em frente o lixão”._
O Forte é considerado uma das maiores edificação da engenharia militar portuguesa no Brasil Colonial, sua construção iniciou em 02/06/1776 e foi concluída em 20/08/1783, com o propósito de defender a área fronteiriça, na época, manter a soberania de Portuguesa.
Batizado em homenagem a D. José de Bragança (futuro Príncipe do Brasil), que morreu ainda novo sem chegar a reinar, sendo sucedido por seu irmão menor, o futuro Rei D. João VI. Atualmente o patrimônio é mantido aberto pelo 1º Pelotão de Fuzileiros de Selva “destacamento do Exército Brasileiro”, sendo o único Forte brasileiro que não recebe recursos para sua manutenção.
A CIDADE DE COSTA MARQUES:
Costa Marques possui uma área de 12.722,168 km², tem uma população estimada pelo Censo Demográfico, em 13.700 habitantes –IBGE/2010, PIB R$ 103.250,212 mil – IBGE/2008, e PIB per capita R$ 7.389,27 – IBGE/2008 “dados Wikipedia.org”. Tem como prefeito: Francisco Gonçalves Neto, mais conhecido por Chico Território (PT), sua vice é, Maricelia Aragão dos Santos, conhecida por Profª Maricelia (PMDB), a fonte de renda do município no passado era o setor madeireiro, agora, veio à pecuária com “Leite e Corte”, Setor pesqueiro e um fraco Comercio e Turismo, predominando o funcionalismo público em todas as esferas, Federal, Estadual e Municipal, que ainda é a maior fonte de renda.
É uma cidade Histórica da época do Brasil Colônia às margens do Rio Guaporé, ainda existem velhos barracões dos seringalistas que hoje abrigam restaurantes, onde são servidos pratos típicos da região, na outra margem, uma vila Boliviana chamada Buena Vista, com alguns comércios “sobre palafitas para evitar as enchentes anuais do Guaporé”, lugar que foi apelidado carinhosamente por alguns de, “Costa York”, por vender vários tipos de importados como: Perfumes, eletrônicos, utilidades do lar e muitos outros, estando na região, é uma lugar que vale ser visitado por sua peculiaridade.
VALE DO GUAPORÉ E SUAS DIVERSIDADES:
O município faz parte do corredor ecológico binacional envolvendo, Mamoré e Itenêz que forma o Vale do Guaporé, tem lugares apropriados para a prática da pesca esportiva e ecoturismo, “infelizmente sem muita infraestrutura”, mesmo assim se encontra pousadas, embarcações com piloteiros e guias de pescas.
Na década de 80 até o final dos anos 90, Costa Marques era referência da pesca no estado, a pesca predatória praticamente dizimou esta parte do rio, hoje com o controle de preservação, se faz boas pescas esportivas, com grandes cardumes de Matrinxãs, Tucunarés, Cachorras, Piau, Pacus, Apapa-dourada até grandes Tambaquis, além de infinidades de pequenos peixes de escama como: Lambaris, Jaraquis, Curímbas, curimbatás e outros. Os mais visados são os peixes de couro como: Cacharas (pintados da Amazônia), Pirarara, Jiripoca e Mandubé, em um dia de sorte acontecem boas fisgadas destas espécimes, mas os gigantes Jaús, filhote e a Piraíba é quase impossível a captura destes, neste local estas espécies já estão quase a beira da extinção.
Além da pesca o Vale do Guaporé é rico ecologicamente, oferece lindos passeios turísticos ecológicos como a Lagoa Azul que é uma ótima opção para fazer trilhas, onde se encontram diversas espécies de orquídeas da região amazônica e artesanatos regionais; Arqueologia (existem provas cabais da passagem dos incas pela região); Quedas d’águas oferecendo áreas adequadas para a prática do rapel; Parapente; Rally; Camping, e vários outros esportes radicais, além das belas histórias envolvendo o Forte, e muitas lendas indígenas e ribeirinhas, contadas pelos simpáticos e acolhedores moradores da região.
RESERVAS:
Ainda tem a Reserva Federal do Rio Cautário berçário natural de águas límpidas transparente, que ajuda a repovoar o Rio Guaporé com vários espécimes de peixes e répteis da fauna amazônica que só saem dali na sua fase adulta se espalhando pelos rios e afluentes, sem falar no Parque Nacional da Serra da Cutia rica ecologicamente, e das belezas das terras indígenas no Rio Guaporé inclusive, a dos Uru eu wau wau, terras protegidas que formam verdadeiros paraísos amazônicos.
REGRAS LEGAIS DA PESCA ATUAL:
Pelas regras legais da pesca, são permitidos aos pescadores profissionais 70 quilos de peixe por semana, para a pesca amadora (turistas e visitantes) uma espécime, e a pesca artesanal praticada por ribeirinhos, “para o sustento de suas famílias”, é de cinco quilos por dia, a lei tem por objetivo acabar com a pesca predatória, uma vez que proíbe a utilização de todo tipo de apetrechos e técnicas consideradas predatórias como redes, malhadeiras, espinhel, arpão, tarrafas, substâncias tóxicas, técnicas de arrasto de qualquer natureza, entre outros.
Na teoria a pesca só será tolerada com a utilização de linhadas, varas, molinetes, Carretilhas forma de incentivar a pesca amadora turística e esportiva, mas na prática como não há uma fiscalização ostensiva, existe muitos abusos. A temporada de pesca no rio Guaporé vai de 01 de março a 31 de outubro, a temporada se divide da seguinte forma, de março a junho com o rio cheio “grandes peixes de couro (pirararas, capararis, cacharas, jaús)” e diversos peixes de escama, a exemplo dos apapás, grandes cachorras e corvinas, entre outros de menor porte; De julho a Outubro com rio baixo ou na caixa “tucunarés, cacharas, pirararas menores, pacus, piaus, cachorras, tambaquis”, entre outros.
FESTAS E TRADIÇÕES REGIONAIS:
A festa do Divino em Costa Marques é a maior e considerada a melhor de todas, durante todos os dias em que os fiéis estão na cidade, seguem pelas ruas em cortejo com pessoas fantasiadas cantando, um casal vestidos de Imperador e Imperatriz vai à frente, seguidos pelos componentes e dirigentes da irmandade, “depois de uma breve passagem a igreja Santuário do Divino” seguem para visitar algumas residências de pessoas com certa importância na cidade.
Conforme o Estatuto da Irmandade do Divino, os integrantes passam 40 dias em abstinência sexual e de bebidas alcoólicas, aqueles que não cumprem o regulamento são expulsos da Irmandade, e dificilmente consegue sua reintegração.
As origens da Festa do Divino veio de Portugal, estabelecida no Brasil pela rainha Dª Isabel, casada com o Rei D. Diniz, por volta das primeiras décadas do século XIV, o Imperador do Divino na época, gozava de direitos soberano, libertava presos comuns de localidades portuguesas ou brasileiras.
A peregrinação atinge comunidades do Brasil e da Bolívia, o evento já comemorou 118 anos de realização contínua, é um das mais antigas manifestações cultural de Rondônia, esta tradicional “Festa do Divino Espírito Santo” no Vale do Guaporé fronteira Brasil e Bolívia, pode se tornar Patrimônio Cultural do Brasil.
A comemoração do Divino que ocorre no Vale do Guaporé atinge especialmente a população ribeirinha; São 40 dias de peregrinação e cinco dias de festejo, cerca de 40 promesseiros fazem 37 paradas em diferentes comunidades às margens do Guaporé sobre o batelão (barco usado para levar os fiéis e os símbolos sagrados, como a coroa de prata e a bandeira do Divino).
SOLTURAS DE QUELÔNIOS E PROTEÇÃO DE OUTRAS ESPÉCIES:
Muitos moradores de Costa Marques e região já participaram das atividades do Projeto Quelônios, praieiros, barqueiros, voluntários e turistas, fazem destes dias de solta uma grande festa, o intuito conscientiza a preservação da região que é um paraíso ecológico, onde podem observar várias espécies da fauna como: Capivaras, botos, ariranhas, lontras, jacarés e centenas de espécies de peixes.
Click Aqui e Veja esta Reportagem na Integra
Por: Wellington Gomes