1-Puerto Rubio Brasil/Bolívia
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1-Puerto Rubio Brasil/Bolívia
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Paraíso da pesca, Puerto Rubio em Porto Rolim Brasil/Bolívia no Rio Guaporé Rondônia

Para ter uma boa pescaria, bem antes é preciso fazer muitas escolhas, depois rezar para que elas sejam acertadas, em primeiro lugar convidar os companheiros, depois, discutir qual o tempo de pesca e a data certa para o evento, sem falar dos materiais (tralhas) que serão usados e muito mais, nada disso é mais importante que a escolha do local onde ocorrerá a pesca, errando neste item, sem duvida sua programada e a tão sonhada pescaria vira um desastre.
Nós fomos felizes em todas as escolhas, principalmente quando escolhemos Porto Rolim, precisamente em Puerto Rubio fronteira Brasil/Bolívia com hospedagem na Pousada do Toa, às margens do Rio Guaporé em Rondônia.
Saímos de Ouro Preto do Oeste/RO em uma caravana de duas caminhonetes, compostas de sete empresários da cidade e região, sendo: Gleizer, Lander e o Eduardo proprietários da rede de restaurantes Kanpai, Ned proprietário da distribuidora de Rações Nutrizon, Dr. Paulo proprietário do Hospital Bom Jesus e seu fiel escudeiro Horácio “Administrador do hospital”, ainda o Marinho proprietário do Escritório Curitiba da cidade de Mirante da Serra/RO e eu, como o oitavo passageiro.
Resolvemos sair de madrugada, pontualmente às duas horas da manhã da quinta feira, seriam três dias de pescaria, nossa volta estava marcada para o domingo pela manhã. Deixamos Ouro Preto do Oeste rumo a mais uma grande aventura, que se iniciaria com a viagem de aproximadamente 380 quilômetros, sendo 170 quilômetros em asfalto bom, 80 km de asfalto em péssimas condições e 130 em estrada totalmente de chão, ainda, uma hora e vinte de voadeira (barco de alumínio com motor de popa) para chegar até a pousada, uma verdadeira aventura na madrugada.
O TRAJETO:
Porto Rolim está localizado aproximadamente 700 quilômetros de Porto Velho, cujo acesso é por via terrestre seguindo pela BR 364, após Presidente Médici depois de uns 35 km entra na RO 479, transita por mais 50 quilômetros até Rolim de Moura, então segue pela R0 383 até Alto Alegre dos Parecis, mas antes passamos por Santa Luzia e rodamos ainda aproximadamente 95 quilômetros para pegarmos a estrada RO 490 de terra batida por mais 130 km até as margens do Rio Mequéns onde está localizado o porto que serve como ponto de apoio, onde os carros ficaram estacionados.
Chegamos neste ponto por volta das oito horas da manhã, nossos piloteiros já nos aguardavam com suas voadeiras, dali saímos em direção ao nosso destino, passamos pela ilha de Porto Rolim um pequeno vilarejo de aproximadamente 800 habitantes a 20 minutos de barco pelo rio Mequéns, depois rodamos aproximados uma hora até a Pousada do Toa às margens do Rio Guaporé, onde ficamos hospedados.
RIO MEQUÉNS:
O rio Mequéns esta localizado dentro do parque estadual de Corumbiara onde é proibido pescar, lugar protegido por lei. Suas águas com alta oxigenação faz do Rio um dos maiores berçário natural de peixes do mundo, deságua no Rio Guaporé fazendo divisa com a Bolívia, tornando o local ideal para o desenvolvimento de várias espécies da fauna e flora.
RIO GUAPORÉ:
O rio Guaporé nasce no estado de Mato Grosso e funciona como uma espécie de divisor natural Brasil/Bolívia e das bacias do Prata e Amazônica, é um dos maiores responsáveis pela grande densidade da mata e variedade da fauna local. Durante a cheia suas águas invadem as matas fertilizando os campos e formando imensas lagoas e igarapés que são os lugares onde se desencadeia um dos mais complexos processos de reprodução.
É nesse ambiente que centenas de espécies de peixes encontram o lugar ideal para seu processo reprodutivo, o que faz do lugar um verdadeiro paraíso para os amantes da pesca esportiva, se o seu sonho é partir em busca de lugares exclusivos para encontrar com os grandes e esportivos peixes da Bacia Amazônica, o Rio Guaporé oferece inesquecíveis confrontos com Tambaquis, Tucunarés, Cacharas (Pintados), Capararis, Matrinchãs, Pacus, Piranhas, Apapás, Cachorras, Piaparas, Jacundás e muitos outros como as perigosas Piranhas e Arraias, ainda pode presenciar muitos jacarés e algumas serpentes que fazem do local seu habitat natural.
Inclusive nesta região existem registros de captura com caniço de mão, do maior exemplar de Tambaqui de que se tem notícia (38,7 kg), ocorrido em setembro de 1998, que foi homologado pelo IGFA (International Game Fish Association) como o recorde mundial.
Também foi no rio Guaporé que se procedeu a captura de um enorme Caparari (27 kg) que é um peixe de couro frequentemente confundido com o Surubim Cachara (conforme pesquisas na net).
CHEGADA AO RIO:
Passava um pouco das nove horas da manhã quando chegamos à pousada, era uma modesta instalação em madeira com apartamento amplo e ar condicionado, banheiro limpo, frigobar, uma cama de casal e mais três beliches, tudo simples, mas confortável.
Depois de instalados saímos para fazer o reconhecimento do local e dar inicio à nossa tão esperada pescaria, ninguém demonstrava cansaço mesmo tendo viajado por toda a madrugada, a expectativa e ansiedade era o ingrediente para não perdermos tempo no hotel.
Como nossa estadia antecipava o fim de semana prolongado, sabíamos que o rio estaria cheio de pescadores e sem duvida a pousada estaria lotada, isso nos causou alguns transtornos e algum desconforto, já que para nós teria sido prometido um barco maior com três assentos. Por não ter disponibilidade para garantir o prometido, tivemos que nos amontoar e quebrar o galho com um barco pequeno mesmo.
Éramos quatro no pequeno barco, o piloteiro, Gleizer, Horacio e eu, esta foi a minha equipe de pesca pelos os três dias no rio. Eu precisei me ajeitar na proa do barco, juntamente com equipamento de filmagem e tralha de pesca, mesmo desconfortável, não estragou nossa estadia e nem tampouco nossa pesca, que foi extraordinária do início ao fim.
OS PRIMEIROS ARREMESSOS:
Com as águas do rio ainda vazando, o Guaporé forma grandes baías rasas, tonando em verdadeiros santuários para os esportivos tucunarés, com materiais leves e iscas artificiais o prazer da pesca surgia a cada fisgada, os tucunarés saltavam a quase um metro da superfície se debatendo com a isca na boca, numa tentativa desesperada de livrar-se dela.
O sol do meio dia era escaldante, mas mesmo assim pegávamos um peixe atrás do outro, tornando nossa pesca esportiva (pesque e solte) muito mais atrativa, fazendo-nos esquecer a fome e o cansaço da viagem.
Depois de almoçarmos e tirarmos um precioso descanso em uma cama confortável debaixo do potente ar condicionado, voltamos para o rio. O sol ainda brilhava anunciando que teríamos uma bela tarde de pesca, não teve erro, à tarde nos rendeu muitos cliques, fotos e filmagens de tirar o fôlego.
Quando o sol começava sobrepor às montanhas, iniciava-se o cair da noite, mudamos a tática da pesca, passamos a usar materiais mais pesados para resistir à força dos monstros do Rio Guaporé, como as grandes Cacharas, Surubins e Pirararas. Durante a noite usamos como isca pedaços de traíra que tínhamos pegado anteriormente.
Neste primeiro dia fisgamos peixes de 2 a 6 kg, puxadas fortes que parecia tratar de exemplares bem maiores, mesmo não pegando os monstros tão esperados, o primeiro dia teve um gosto especial da novidade, confesso que aguçou muito mais a vontade e as nossas expectativas.
SEGUNDO DIA:
O segundo dia amanheceu ensolarado muito propicio a uma boa pescaria, depois de um café da manhã bem reforçado e com a caixa térmica abastecida, saímos em direção ao rio. Nosso piloteiro não era dali, disse que estava naquele local há alguns meses, e teria vindo de Costa Marques, um lugar histórico, bonito e muito bom para pesca esportiva, onde eu tive oportunidade de estar outras vezes, e em breve terei o prazer de voltar para poder divulgar a pesca em kaiak, uma nova modalidade usada naquela região.
Mesmo ele não sendo dali, conhecia vários lugares bons de peixes na região, aproveitamos a manhã para fazermos pescas diferentes. Com sol intenso e o calor que fazia nos possibilitou a pesca do trairão que alem de ser uma pesca muito divertida por sua voracidade, ainda serviria como iscas a noite, para os peixes de couro.
Depois ainda fizemos a pesca de borbulha ou pesca na rodada (descer o rio com o barco solto), neste tipo de pescaria pegamos muitas variedades de peixes, alem do tucunaré que perseguia as tuvira (isca viva) no recolhimento da linha, ainda pegamos a manhosa corvina (pescada) e os vorazes apapas que brilhavam saltando fora d’água refletindo, realçando ainda mais sua cor dourada nos raios do sol intenso.
A manhã foi altamente produtiva, pegamos uma bela cachara (pintado como é chamado na região) e alguns tucunarés que o “Toa” gentilmente nos serviu assados, destacando o molho de cebola, vinagre, azeite e sal a gosto, que as competentes cozinheiras supervisionadas pela simpática Osmarina (esposa do Toa, donos da pousada), prepararam para acompanhar nosso churrasco de peixe, mas antes é válido salientar que na nossa chegada do rio para o almoço, fomos recebidos por uma revoada colorida de borboletas que contrastavam com o verde da mata ao fundo, proporcionando umas das mais belas imagens, isso não tem preço.
À tarde subimos o rio e descemos pescando, não foi diferente da manhã, pegamos muitas variedades de peixes que eram pesados, fotografados e devolvidos para a água na natureza, os botos por sua vez esguichavam jatos de água fazendo festa, dando um show a parte.
Logo a noite começou a cair revelando a beleza da transição dia/noite, apreciamos os últimos raios dourados do sol sendo substituídos pelo brilho prateado da lua, isso nos proporcionava bons arremessos e belas fisgadas, neste momento já estávamos bem próximos à pousada, dava para enxergar as luzes logo à frente.
TERCEIRO E ULTIMO DIA:
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Por: Wellington